Estimativas econômicas – Brasil 2021
O ano de 2020 se encerra com queda acentuada na economia brasileira segundo o Banco Central (BACEN), com destaque à mais uma queda consecutiva do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 5,8%, à moeda do país teve um declínio de marco histórico, sendo a moeda que mais se desvalorizou em relação ao dólar no ano de 2020, e sua segunda maior desvalorização desde 2003, deve encerrar o ano com cotação de aproximadamente R$5,00 em relação ao dólar americano.
Em relação à inflação, em queda, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu pela 9ª vez consecutiva para 1,76% contra o previsto de 1,97%, valores esses inferiores à meta definida pelo conselho monetário nacional. Como meio de alcançar a meta de inflação, o BACEN tem como principal instrumento a SELIC (taxa básica de juros), estabelecida anualmente pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 3,75%, e cuja expectativa de fechamento anual é de 2,5% contra a previsão de 2,75%.
Esse cenário demonstra uma tendência ao crédito mais barato, reduzindo o impacto inflacionário e espertando a atividade econômica. Em consequência, as projeções para o ano de 2021 são surpreendentemente otimistas, ainda que baixas em relação às projeções anteriores. Com previsão para um crescimento do PIB em 3,2%, cotação da moeda em aproximadamente R$4,80 em relação ao dólar americano, e queda da inflação de 3,30% para 3,25%, valor abaixo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,75%.
Segundo o boletim do BACEN, o cenário otimista deve permear o país também nos anos de 2022 e 2023, com mais aumentos sequenciais do PIB nacional, queda na cotação do dólar e leve aumento na inflação.
Expectativas levemente otimistas que não afetam positivamente o país a curto prazo, dado os outros fatores do cenário nacional que não permitem significância a qualquer avanço positivo econômico, mas podem ser indícios de uma possível recuperação econômica futura.
O país, que enfrenta uma crise econômica e financeira praticamente vertiginosa, deve fechar o ano com a elevação do déficit primário em R$900 bilhões, cerca de R$770 bilhões a mais que o teto anteriormente estabelecido, permanecer em sua débil situação fiscal e altíssima taxa de desemprego, que atualmente é de 14,6%, segundo o IBGE, o pior cenário desde 2012 com a criação da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
Mesmo com o cenário atual que inclui os impactos da pandemia de COVID-19, os riscos para uma possível recuperação são menores em relação a alguns cenários anteriores. Trata-se de um momento de leve transição, cujo algumas iniciativas podem vir a aproximar o país desse cenário positivo.
Para o país, na contramão da América Latina e demais países emergentes, dado seu grande momento de incerteza e instabilidade, não há outra forma de recuperação senão iniciar os reparos desta vertiginosa crise pelo equilíbrio fiscal, reforço do superávit primário contra o aumento das receitas dos governos e com a devida reforma tributária, tão protelada desde meados de 2016.
A maior possibilidade de interrupção deste progresso rumo à recuperação seria a evolução da pandemia de COVID-19, não apenas sujeita ao número ascendente de contágios e óbitos, mas aos tratamentos e medidas preventivas adotados pelo Governo Federal (em especial a capacidade de imunização através da vacinação), e a continuidade dos programas de apoio assistencial e suas respectivas consequências em gastos públicos.
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