Pandemia e impacto no setor de TI no Brasil

Diante de um novo cenário bastante desafiador, deflagrado em março de 2020, o mercado precisou se adaptar e passou a incorporar cada vez mais tecnologias e ações de transformação digital com vistas a minimizar os efeitos da crise imposta pela pandemia de covid-19. Soluções e investimentos em infraestrutura, suporte e segurança que permitissem o trabalho remoto e a manutenção das atividades relacionadas ao consumo e até mesmo ao ensino influenciaram fortemente o setor de TI.

Foi necessário ao mercado reavaliar estratégias e processos, e incluir soluções tecnológicas que permitissem antecipar desafios, manter as atividades dos negócios e prever medidas de recuperação, figurando o setor de TI como resposta à necessidade de continuidade e resiliência imposta pela situação. As demandas que já eram sentidas foram evidenciadas e os investimentos acelerados, permitindo que exercícios de transformação digital saíssem das pautas de reuniões e fossem de fato implementados.

Houve mudança também no consumo e expetativas dos clientes. Segundo dados divulgados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em julho de 2020[1], constatou-se a priorização de compra online de itens essenciais, com aumento de 16% nas vendas em supermercados. As visitas a sites de saúde (como alimentos naturais, vitaminas e higiene) aumentaram 11%, e as vendas dispararam 27%. Verificou-se crescimento de 33% na navegação por páginas de utensílios domésticos, além da intensificação nas taxas de procura por todos os tipos de serviços de delivery. Categorias que atuam como conforto e entretenimento em meio ao confinamento, tais como plataformas de streaming (música e vídeo) e videogames (para TVs, computadores e dispositivos móveis) também registraram altas.

A International Data Corporation (IDC) Brasil em maio de 2020[2], chamou a atenção para três pontos durante a pandemia: a transformação do trabalho, da conectividade e infraestrutura digital, e das experiências digitais. “O futuro do trabalho e a interação de colaboradores com stakeholders mudou a preocupação que as empresas tinham, que antes era a cultura organizacional e agora passa a ser o posto de trabalho e a capacidade de desempenhar funções.”


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“Na questão da conectividade, as empresas se esforçam para criar experiências abrangentes e ampliar as formas de interação, não só com o colaborador, mas com clientes, suportadas por uma infraestrutura digital flexível. E em relação às experiências digitais, as empresas precisam assegurar que sejam confiáveis para que o consumo e comunicação sejam suportados da mesma forma que eram antes”, explica o gerente da IDC Brasil. Segundo ele, no varejo, por exemplo, a demanda foi para o digital e as empresas tiveram que redesenhar a estratégia de vendas e conectar todos os pilares de atuação. “Isso mostra como a TI é importante, principalmente na adversidade, ao alavancar para a transformação rápida e permitir ganhos de produtividade, agilidade, conectividade etc.”.

Uma pesquisa feita em julho de 2020 pela consultoria Advance[3] identificou que a percepção dos empresários de TI, que reportaram um crescimento de 7,5% no primeiro semestre, é deveras otimista. A estimativa é de um crescimento em torno de 10% para o setor em 2020, com destaques para empresas focadas em Infraestrutura como Serviço e Software como Serviço (respectivamente, IaaS e SaaS, nas siglas em inglês) e Marketing Digital. Porém, a previsão é de as empresas de hardware enfrentem ligeira retração de vendas no ano.

Outros números divulgados incluem a oscilação de oportunidades de trabalho. Foram registrados 22% das empresas de TI demitindo colaboradores no primeiro semestre, contra 23% das empresas contratando. Além disso, houve redução de investimentos em marketing e vendas em 34% e 21% das empresas, respectivamente, em oposição à 25% e 27% que aumentaram investimentos nos respectivos setores.

A pesquisa antecipa para o segundo semestre de 2020 que apenas 5% das empresas de TI deverão demitir, contra 35% que deverão contratar colaboradores; ademais, 10% deverão reduzir os investimentos em marketing e vendas, mediante 40% que os aumentarão. Dentre as estratégias prioritárias das empresas para o ano estão a melhoria de inteligência de vendas (análise de mercado, clientes e concorrentes), eficiência e planejamento, com novas estratégias, metas e objetivos. Conforme o estágio de recuperação seja alcançado, as empresas precisarão manter a constante evolução de soluções digitais e remotas, com mais atividades em nuvem, e com cada vez mais profissionais qualificados para atender às constantes demandas do progresso tecnológico da já estabelecida realidade digital.

Referências:

[1] https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/coronavirus-o-impacto-nas-vendas-online,ed84f8e520f71710VgnVCM1000004c00210aRCRD

[2] https://cio.com.br/mercado-de-ti-deve-crescer-58-em-2020-diz-idc-brasil/

[3] https://www.advanceconsulting.com.br/pesquisa

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